Como as Olimpíadas movimentam a economia

As Olimpíadas são mais do que um evento esportivo. Além de fazerem parte da história, também são um fenômeno econômico. Com o Orçamento dos Jogos Olímpicos de Paris estimado em € 4,4 bilhões (R$ 23,6 bilhões) segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), a cidade está se preparando para uma onda de atividade financeira que impactará diversos setores da economia.

96% desse valor provêm do setor privado, o que evidencia o forte interesse e investimento de empresas e parceiros comerciais nos Jogos. Baseado nesse número, podemos observar que há uma forte confiança das empresas privadas na lucratividade do evento.

Já a contribuição do COI é de aproximadamente € 1,2 bilhão e é parte significativa do valor. Um dos principais canais de arrecadação desse montante é o da venda dos direitos de transmissão na TV (€ 750 milhões) e de parcerias comerciais (€ 470 milhões). Além disso, a venda de ingressos, estimada em € 1,1 bilhão, e os patrocínios, que devem alcançar € 1,3 bilhão, também compõem uma parte relevante do financiamento.

São mais de 10 milhões de ingressos que já estão disponíveis. Os preços são diversos, da experiência mais enxuta até a mais completa. Essa diversidade de preços torna o evento acessível a diferentes públicos. Os pacotes de viagem também fazem parte desse planejamento: incluem hospedagem e ingressos a partir de € 495 até € 33.220 por pessoa. Isso não só impulsiona ainda mais o turismo, que já é bastante relevante na região, mas também beneficia a indústria de hospedagem, alimentação e transporte.

Até agora foram trazidas cifras de impacto econômico direto, mas os efeitos das Olímpiadas irradiam para muito além delas. Estamos falando da geração de empregos neste período. A expectativa é da geração de 250 mil empregos na região da Ile-de-France, a partir de uma arrecadação de esperados € 10,7 bilhões (R$ 57,8 bilhões), fato que comprova o grande impacto do evento em toda a economia local. Além disso, existem reflexos tanto dos preparativos para o evento, quanto do encerramento, que também contribuem para a projeção internacional de qualquer cidade que se torna sede.

Além disso, é fundamental mencionar o orçamento que é direcionado às Paraolimpíadas, que ocorrem após a realização das Olimpíadas. Nesse ano, ocorrerão de 28 de agosto a 8 de setembro. 4% da verba é destinada à administração pública para organização, que tem um papel importantíssimo na promoção da inclusão social de pessoas com deficiências (PCDs).

A valorização das habilidades e talentos dos atletas paraolímpicos evoca uma boa parcela de conscientização, já que funcionam como uma verdadeira plataforma para educar a sociedade como um todo nesse aspecto. Importante lembrar, também, que as Paraolimpíadas não configuram um complemento às Olimpíadas, e sim um evento por si só, com particularidades relacionadas a sua organização, público e impacto.

Mesmo sendo eventos diferentes, precisamos concordar que a combinação dos dois eventos reforça a mensagem de que o esporte é para todos. Essa lição também nos lembra que, por mais que as primeiras imagens mentais que temos quando pensamos nas Olimpíadas e nas Paraolimpíadas sejam as de pessoas praticando esportes, essas definitivamente não são celebrações apenas esportivas. O conjunto é um movimento econômico bastante complexo que reverbera de várias formas na nossa sociedade.

Ah, e além do que conhecemos hoje neste artigo, você pode acessar aqui a lista completa com os novos esportes e atividades que farão parte do evento a partir de agora, em 2024. Boa leitura!

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21 de maio de 2024