Orgulho de ser quem se é: o que ainda precisamos falar sobre junho

Junho é celebrado mundialmente como o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, um período dedicado à celebração das identidades e à luta por direitos e igualdade. No entanto, é também um momento crucial para refletir sobre os desafios persistentes enfrentados por esses grupos.

O Mês do Orgulho tem suas raízes na Revolta de Stonewall, ocorrida em 1969, em Nova York, quando pessoas LGBTQIAPN+ resistiram a uma série de batidas policiais em um bar frequentado por essa comunidade. Esse evento marcou o início de um movimento global por direitos civis e igualdade. No Brasil, apesar de avanços legais, como a criminalização da homofobia e transfobia pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, a população LGBTQIAPN+ continua enfrentando desigualdade social, a violência e a exclusão econômica ainda são realidades marcantes.

Desigualdade no mercado de trabalho

A exclusão econômica é uma das faces mais cruéis da discriminação. Dados recentes revelam que apenas 4% das pessoas trans e travestis estão empregadas no mercado de trabalho formal no Brasil. Além disso, 0,02% tiveram acesso ao ensino superior, o que evidencia a marginalização dessa população desde a educação básica até o mercado de trabalho, esses dados são um levantamento da EducaTRANSforma projeto que capacita e forma pessoas transgênero para o mercado de trabalho, especialmente na área da tecnologia e inovação.

Violência e exclusão cocial

A violência contra pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil é alarmante. Em 2024, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no país, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Embora tenha havido uma queda de 16% em relação a 2023, o número ainda é extremamente elevado e coloca o Brasil entre os países mais perigosos para essa população.

Além disso, a violência começa muitas vezes dentro de casa. Uma pesquisa apontou que 60% do público LGBTQIAPN+ sofre violência dos próprios parentes, o que contribui para o aumento da população LGBTQIAPN+ em situação de rua e em condições de vulnerabilidade extrema.

Iniciativas e políticas públicas

Apesar dos desafios, existem iniciativas que buscam promover a inclusão e a igualdade. O Ministério do Trabalho e Emprego incluiu, pela primeira vez em seu planejamento anual, a realização de ações de combate à discriminação em relação à população LGBTQIAPN+. A Coordenação Nacional de Combate à Discriminação, ao Assédio e à Violência e Promoção de Igualdade de Oportunidades no Trabalho (CONAIGUALDADE) foi criada para desenvolver políticas públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação.

Além disso, projetos como a Transempregos têm desempenhado um papel fundamental na promoção da empregabilidade de pessoas trans, conectando profissionais a empresas comprometidas com a diversidade e a inclusão.

A importância da representatividade e da escuta

Representatividade importa. Ter pessoas LGBTQIAPN+ em posições de liderança, na mídia, na política e em todos os setores da sociedade é fundamental para quebrar estigmas e promover a igualdade. No entanto, a representatividade deve vir acompanhada de escuta ativa e de políticas públicas eficazes que atendam às necessidades específicas dessa população.

O Mês do Orgulho é um momento de celebração, mas também de reflexão e ação. É essencial reconhecer as conquistas alcançadas, mas também os desafios que persistem. A luta por igualdade, respeito e dignidade para a população LGBTQIAPN+ deve ser contínua e envolver toda a sociedade.

Neste junho, que possamos celebrar o orgulho com consciência, empatia e compromisso com a construção de um Brasil mais justo e inclusivo.

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24 de junho de 2025

7 respostas em "Orgulho de ser quem se é: o que ainda precisamos falar sobre junho"

  1. Realmente é um problema a discriminação , a exclusão social, a violência, os assassinatos, que a população brasileira, de um modo geral sofre, os negros, os pobres, o pessoal LGBTQI…., os mestiços…. não podemos achar que só determinados grupos são vítimas , todos somos vitimas. O criminoso, quando assalta, não tá preocupado com a cor do cara, se homo ou hetero, homem ou mulher, eles querem subtrair bens materiais, quando uma pessoa mora na periferia , nas favelas, tem um poder aquisitivo restrito, automaticamente, ela é discriminada, estigmatizada, independente de outros fatores. Infelizmente, em nosso grande país, a discriminação é institucionalizada , falo por experiência própria.

  2. Essa é uma realidade que infelizmente está difícil de mudar

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