Limitar o uso de telas pode trazer benefícios às crianças

Cada vez mais cedo a criançada tem tido contato com a tecnologia e equipamentos eletrônicos, como smartphones, notebook, videogames, entre outros. No entanto, apesar da inegável facilidade que estes dispositivos nos trazem, o uso excessivo pode ser prejudicial, principalmente na infância. Por uso excessivo, entende-se frequência acima da recomendada pelos órgãos de saúde. A Organização Mundial da Saúde – OMS, por exemplo, recomenda que crianças de até 2 anos tenham pouquíssimo contato com estes equipamentos e, de 2 a 8 anos, o ideal é de, no máximo, 1 hora por dia de uso.

O fato é que a tecnologia tem transformado as brincadeiras que antes faziam parte do cotidiano de muitas crianças e adolescentes, pois cada vez menos os pequenos têm brincado ao livre, tendo limitado progressivamente o contato com outras crianças, prejudicando o desenvolvimento da capacidade de se relacionar, de sociabilizar. Além disso, estudos recentes apontam para os danos cognitivos que o uso excessivo de telas pode causar, reduzindo a capacidade de reter informações e atenção.

Para ficarmos atentos!

Conheça alguns dos principais impactos do uso excessivo de telas na infância:

Sono desregulado: como as telas dão uma sensação de recompensa ao nosso cérebro, ele acaba despertando conforme as horas de uso, pois a luz emitida pelas telas bloqueia a liberação de melatonina, que é o hormônio que ajuda o nosso corpo a identificar a hora de descansar. Assim, o nosso organismo recebe uma mensagem para continuar alerta e acaba prejudicando o sono.

Prejudica o desenvolvimento do cérebro: a exposição excessiva pode gerar problemas cognitivos, distúrbio de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções, além de déficit de atenção. Isto ocorre porque vídeos ou joguinhos nas telas são distrações passivas, onde as crianças não desenvolvem muitas vezes a coordenação motora, a motricidade fina, que são estimulados exigidos em brincadeira, como a prática de esportes, pular corda e bambolê, por exemplo.

Obesidade Infantil: o uso excessivo desses equipamentos torna as brincadeiras menos ativas fisicamente, podendo resultar no sedentarismo.

Problemas de visão: de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o uso excessivo de telas pode causar problemas de visão, provocando dificuldades de leitura, síndrome do olho seco, devido à diminuição da piscagem, ardência e olhos vermelhos, sendo estes sintomas já observados em crianças. Além disso, a SBP registrou um aumento de 35% na miopia infantil desde 2021.

Tá, mas agora você deve estar pensado o que fazer com todas essas informações, certo? Evidentemente que diminuir o nível de exposição de telas é um desafio para os pais, pois elas estão em toda parte, muitas vezes facilitando a rotina das famílias. Isso também é verdade. Porém, comece a diminuir e supervisionar o tempo que seus filhos passam em dispositivos eletrônicos. Incentivo-os a se envolverem em outras atividades, como brincadeiras lúdicas, leitura de livros, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e atividades físicas. Tenha certeza de que a criançada não apenas se divertirá, mas também experimentará um aumento no desenvolvimento cognitivo e motor.

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9 de outubro de 2023