Microbioma intestinal: pouco falado, mas pode ser um dos pilares do envelhecimento saudável

O microbioma intestinal, composto por trilhões de microrganismos que habitam nosso trato gastrointestinal, tem um papel crucial na manutenção da nossa saúde ao longo da vida. Isso é o que estudos recentes têm destacado, a sua influência significativa no processo de envelhecimento saudável.

O fato é que, conforme o avançar de cada idade, a composição da microbiota intestinal tende a mudar. Pesquisas indicam que essa composição permanece relativamente estável até os 70 anos de idade e depois disso podem se iniciar pequenas alterações. No entanto, vale lembrar que no caso dos indivíduos mais idosos, especialmente centenários saudáveis, observa-se uma microbiota diferenciada. Um estudo realizado na Sardenha, Itália, com 3.000 voluntários, revelou que centenários possuem uma microbiota menos diversificada em termos de espécies bacterianas comuns, mas apresentam um aumento de bactérias benéficas, como Lactobacillus, que auxiliam na proteção contra inflamações crônicas associadas ao envelhecimento (Fonte: Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn – ABCD.org.br).

A diversidade da microbiota intestinal é frequentemente associada à saúde geral. Um estudo conduzido por pesquisadores da Western University e do Lawson Health Research Institute analisou mais de 1.000 indivíduos chineses, com idades entre 3 e mais de 100 anos, todos sem histórico de doenças. Os resultados mostraram que a composição da microbiota de adultos mais velhos saudáveis era semelhante à de indivíduos décadas mais jovens, sugerindo uma correlação entre a manutenção da diversidade microbiana e o envelhecimento saudável (www.essentia.com.br).

A microbiota intestinal, além de influenciar na saúde física do indivíduo, também podem exercer influência sobre a saúde cognitiva e emocional ao longo do envelhecimento. Pesquisadores da Universidade de Cork, na Irlanda, descobriram que alterações na composição da microbiota podem estar relacionadas ao surgimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

A relação entre o microbioma e o sistema imunológico também é de extrema relevância. Com o envelhecimento, o sistema imunológico se torna menos eficiente, fenômeno conhecido como imunossenescência. A microbiota intestinal desempenha um papel vital na regulação do sistema imune, ajudando a prevenir infecções e reduzir a inflamação sistêmica.

A importância da saúde e da manutenção da microbiota intestinal já ficou clara, mas então, quais são os caminhos para mantê-la saudável, efetivamente? Existem segredos nos hábitos alimentares, do cotidiano ou mesmo de vida? As evidências científicas têm apontado que intervenções nutricionais podem, de fato, promover a saúde do microbioma, como o consumo de alimentos fermentados e fibras solúveis; e isso têm sido amplamente recomendados para fortalecer a imunidade em idosos, principalmente (Fonte: World Health Organization).

O estilo de vida, especialmente a alimentação, desempenha um papel fundamental na modulação da microbiota intestinal. Dietas ricas em fibras e probióticos podem promover uma microbiota equilibrada, contribuindo para a prevenção de disbiose e inflamações crônicas. Além disso, a prática regular de atividades físicas e a redução do estresse são fatores que influenciam positivamente a saúde intestinal.

Em resumo, a manutenção de um microbioma intestinal saudável está intimamente ligada a um envelhecimento bem-sucedido. Adotar hábitos de vida saudáveis que favoreçam a diversidade e o equilíbrio da microbiota pode ser uma estratégia eficaz para promover longevidade e qualidade de vida.

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15 de janeiro de 2025