
Se você investe em fundos de renda fixa ou títulos públicos e privados, provavelmente já se deparou com oscilações na rentabilidade. Mesmo sem fazer nenhum resgate, o valor aplicado pode variar de um dia para o outro. Na maioria dos casos, essa movimentação tem uma explicação técnica: a marcação a mercado.
Esse é um conceito fundamental no mercado financeiro e que, muitas vezes, gera dúvidas — especialmente entre quem busca investimentos considerados mais conservadores. Entender como ele funciona é essencial para interpretar corretamente o desempenho dos seus investimentos.
O que é marcação a mercado?
Marcação a mercado é o processo de atualizar diariamente o valor de ativos financeiros — como títulos públicos, CDBs, debêntures e cotas de fundos — de acordo com o preço que eles teriam se fossem negociados no mercado naquele momento.
Em outras palavras, é o preço justo do ativo hoje, considerando as condições atuais da economia, como juros, inflação, oferta e demanda. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esse mecanismo é uma regra que busca garantir maior transparência e segurança nas negociações e na precificação dos ativos financeiros.
Por que isso acontece?
O principal objetivo da marcação a mercado é garantir que o valor dos ativos reflita a realidade do mercado. Sem ela, investidores poderiam comprar ou vender cotas de fundos ou títulos por valores defasados, o que traria desequilíbrios e distorções.
Além de ser uma prática de mercado, é uma exigência dos órgãos reguladores — como a CVM e o Banco Central — para assegurar uma gestão justa e transparente, protegendo tanto os investidores quanto as instituições.
Como impacta seus investimentos?
A marcação a mercado faz com que os preços dos ativos flutuem diariamente, o que pode gerar variações na rentabilidade dos fundos ou na valorização de determinados títulos, mesmo na renda fixa.
Essas oscilações estão diretamente ligadas ao comportamento das taxas de juros. Segundo o Banco Central do Brasil, quando a taxa Selic sobe, os títulos que já foram emitidos se tornam menos atrativos, fazendo com que seu preço de mercado caia. O contrário também acontece: quando a Selic cai, esses títulos se valorizam, já que passam a oferecer uma rentabilidade mais interessante em comparação aos novos.
Por isso, é possível observar momentos em que um fundo de renda fixa apresenta rendimento negativo, mesmo sendo um produto de perfil conservador. Isso não significa perda efetiva, mas sim um reflexo do valor de mercado dos ativos naquele dia.
E no vencimento? Se você mantiver o título até o vencimento, receberá exatamente aquilo que foi contratado, independentemente das oscilações no meio do caminho. A marcação a mercado impacta apenas quem decide vender antes do prazo ou quem acompanha o valor de mercado diariamente.
Não é motivo para pânico
Oscilações fazem parte da dinâmica dos investimentos. A marcação a mercado reflete o comportamento natural do mercado e permite uma gestão mais transparente e segura dos ativos.
Segundo especialistas da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), esse mecanismo é essencial para proteger os investidores e manter a integridade do mercado, além de evitar distorções na formação dos preços.
Por isso, entender esse conceito ajuda a evitar decisões precipitadas e a manter o foco no seu planejamento financeiro de médio e longo prazo.
Você precisa estar logado para avaliar este conteúdo. 🙂
0 respostas em "Por que seus investimentos oscilam? Entenda a marcação a mercado"