Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: conheça 5 personalidades notáveis que são PCD

Dia 3 de dezembro é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Talvez algumas pessoas se perguntem: “Mas para que existe uma data ‘só’ para isso?”. Bom, pode-se dizer que várias datas comemorativas têm a intenção de mobilizar as pessoas para um assunto que merece reflexão e geralmente esses tópicos são passíveis de mudanças – seja a quebra de preconceitos e estigmas, a luta por maiores espaços etc.

Essa data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992 por uma série de motivos, quais sejam:

– Para conscientizar a sociedade sobre a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos;
– Para conscientizar sobre assuntos relacionados à deficiência;
– Para promover os direitos humanos;
– Para celebrar conquistas de pessoas com deficiências;
– Para influenciar programas políticos que afetem esse grupo de pessoas.

A ONU enfatiza os benefícios que a acessibilidade pode trazer, tanto para as pessoas portadoras de deficiências, quanto para governos, empresas e para o público geral. Como um dos princípios básicos dos Direitos Humanos, a acessibilidade se insere no contexto mais amplo da promoção da igualdade.

Discriminar uma pessoa por causa de questões relacionadas a alguma deficiência, seja ela física ou mental, se chama ‘capacitismo’. Capacitismo é presumir que uma pessoa com deficiência é limitada de algum modo, e adotar uma postura de superioridade em relação a ela. Então, uma pessoa pode ter falas ou atos denominados ‘capacitistas’ quando diz coisas como: “Está cego/surdo?” ao invés de dizer “Você prestou atenção no que eu disse?” quando uma pessoa não prestou atenção como deveria; chamar de “retardado” ao invés de “desatento”; falar “Achei que você era normal” quando se deparar com a deficiência de alguém ou, na mesma intenção, dizer “Você nem parece deficiente”; perguntar, mesmo sem intimidade para isso, se a pessoa sofreu algum acidente, por isso é da forma que é… A lista é quase infinita.

Além de não ser produtivo para a sociedade de forma alguma, o capacitismo ignora o fato de que pessoas portadoras de deficiência são tão capazes de marcar e/ou mudar a história, quanto pessoas que não são portadoras de deficiências. Por isso, citaremos aqui 5 personalidades que são PCD (Pessoas com Deficiência) e não deixaram com que isso as impedisse de mudar a história:

O brilhante Stephen Hawking

O físico Stephen Hawking foi acometido por uma doença neurológica conhecida como Esclerose Amiotrófica Lateral, o que fez com que fosse progressivamente perdendo os seus movimentos.

Ele recebeu o diagnóstico cedo, ainda enquanto era um estudante, e curiosamente os médicos lhe deram no máximo três anos de vida – o que ele provou totalmente o contrário, alcançando os 76 anos, idade que ele tinha quando faleceu em 2018.

Stephen era britânico, lançou diversas obras científicas e foi membro da Sociedade Real das Artes. Ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade, grande honraria do governo americano. Suas condições definitivamente não o impediram de ser uma das pessoas que mais contribuiu para a área científica no mundo.

2. A talentosa Frida Kahlo

Super conhecida, a artista Frida Kahlo foi uma pintora mexicana conhecida até hoje por ser um ícone cultural mundial. Frida contraiu Pólio na infância, o que fez com que a sua perna esquerda fosse muito mais fina que a direita.

Além disso, aos 18 anos, Frida sofreu um grave acidente: um bonde no qual viajava se chocou com um trem, gerando graves perfurações e hemorragias em seu corpo. Isso fez com que o seu organismo ficasse comprometido por meses, por precisar usar coletes ortopédicos e ter uma série de cuidados – o que, na verdade, não a impediu de continuar com as suas criações artísticas. Na tela “A Coluna Partida”, a artista retrata como se enxergava ao ter que ficar na cama.

3. Hellen Keller, exemplo de potencial unido à acessibilidade

Hellen Keller era deficiente auditiva e visual – e nada disso a impediu de se tornar a autora, ativista política e palestrante que foi.

Sua vida guarda uma história que é um verdadeiro exemplo do que a acessibilidade é capaz de provocar (e isso virou até filme!): Anne Sullivan, professora de Helen, soletrava palavras com as mãos de Hellen – como por exemplo “boneca” e em seguida dava uma boneca nas mãos dela.

Hellen recebeu um ensino diferenciado, o que, unido à sua inteligência nata, resultou em uma carreira brilhante: viajou por 39 países, fez campanhas pela paz e direitos trabalhistas.

4. O inovador Jean Dominique Bauby

Transpondo dificuldades que um ataque cardíaco impôs à sua realidade, o jornalista francês conseguiu escrever um livro mesmo sem mover um músculo do corpo sequer.

Após o ataque cardíaco, Jean desenvolveu a “Síndrome do Confinamento”, em que a pessoa está consciente de tudo o que ocorre ao seu redor e fica com as faculdades mentais intactas, mas não mexe nenhum músculo do corpo.

A inovação foi a seguinte: enquanto uma pessoa o ajudava recitando o alfabeto, ele usava a única pálpebra que movia para piscar quando chegava a letra que ele desejava. Assim, formava palavras. Um livro inteiro nasceu disso e foi publicado em 1997.

5. Marcelo Rubens Paiva, brasileiro e escritor

Marcelo tinha 20 anos quando, ao saltar em um lago, bateu com a cabeça em uma pedra e ficou tetraplégico. Ele, que jamais se deixou abalar por isso, escreveu “Feliz Ano Velho”, obra inspirada na sua história. É uma das obras mais aclamadas da sua carreira e é nacionalmente muito conhecida – tanto que já foi (e ainda é, em algumas instituições) leitura obrigatória em vestibulares.

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1 de dezembro de 2023