Descoberta de Oxford: fatores de risco para Demência que podem ser modificados

Um grande medo relacionado ao avanço da idade é, sem dúvidas, a demência. Estima-se que 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência e a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento alarmante de 150% até 2050, alcançando 139 milhões de diagnósticos.

A boa notícia é que, segundo um recente estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, existem 8 fatores modificáveis, ou seja, aspectos da doença que poderiam ser evitados.

A análise foi publicada na revista BMJ Mental Health em agosto de 2023. O estudo contou com dados de saúde de 220.762 pessoas com idades entre 50 e 73 anos, inscritas nos estudos de longa duração do UK Biobank e do Whitehall II Study.

Foto: Site King’s College London

A análise mostrou que 4 em cada 10 diagnósticos de demência estão associados a 8 fatores de risco modificáveis. Dos 28 fatores de risco monitorados, onze foram associados a um risco maior para o desenvolvimento de doenças relacionadas à demência ao longo de 14 anos. Destes, oito são modificáveis pelo paciente, e essa perspectiva acaba afastando pelo menos uma parte do receio comum de desenvolver demência na posteridade.

Os fatores de risco modificáveis incluem:

– Menos escolaridade: a falta da educação formal desempenha um papel essencial para a nossa saúde cerebral – não é uma surpresa que ela apareça na lista;

– Histórico de diabetes: pessoas com histórico de diabetes apresentam maior vulnerabilidade, destacando a importância do controle e prevenção dessa condição;

– Histórico de depressão: mais uma vez se enxerga o tamanho do impacto da saúde mental na saúde física. A depressão, pode ser tratada e gerenciada para que não culmine em um risco para a demência;

– Histórico de acidente vascular cerebral (AVC): ocorrências passadas de AVC contribuem significativamente para o risco de demência, ressaltando a importância da prevenção de doenças cardiovasculares;

– Classe socioeconômica mais baixa: infelizmente, a desigualdade social emerge como um fator de risco na saúde também. Isso só reforça a necessidade de abordagens amplas e inclusivas de cuidados e prevenção;

– Pressão alta: a hipertensão está vinculada ao risco aumentado de demência, então, se controlada, se torna um risco a menos;

– Colesterol alto: se níveis elevados de colesterol estão associados à demência, esse é mais um motivo para gerenciar o colesterol tendo uma alimentação saudável e praticando atividades físicas (praticamente a receita para muitas prevenções, não é?);

– Viver sozinho: a solidão e o isolamento social representam fatores de risco, enfatizando a necessidade de apoio social e redes de suporte.

Foto: Freepik

A Dra. Sana Suri, cientista que é uma das autoras do estudo, observa que, embora a idade avançada e o histórico familiar sejam os maiores impulsionadores de risco, os fatores modificáveis desempenham um papel muito importante também. A presença simultânea desses fatores aumenta significativamente o risco, com uma estimativa de três vezes maior para aqueles que apresentam todos os sintomas em comparação com seus pares da mesma idade.

É crucial ressaltar que a inclusão em qualquer condição da lista não prediz definitivamente o desenvolvimento de demência. A pontuação de risco fornecida pelo estudo oferece uma visão sobre as chances individuais, sublinhando a importância da conscientização e a adoção de medidas preventivas para garantir uma saúde cognitiva a longo prazo. Nesse contexto, abordar e controlar esses fatores modificáveis emerge como uma estratégia promissora na luta contra a crescente prevalência da demência no cenário global.

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29 respostas em "Descoberta de Oxford: fatores de risco para Demência que podem ser modificados"

  1. Todo cuidado com nossa saúde é importante, um problema acaba sempre influenciando para o surgimento de outro.

  2. Muito importante a matéria, e bom saber que a ciência cada dia evolui mais, ficamos atualizados lendo essas matérias, bora fazer o check-up e cuidar da saúde!

  3. Temos muito a descobrir ainda mas cada vez mais se comprova a importância de uma vida saudável para um envelhecimento com saúde.

  4. Toda informação sobre avanços , mesmo que em estudos, é promissora

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