
O termo “propósito” desperta cada vez mais interesse. Embora pareça, por vezes, algo distante, é difícil imaginar uma vida sem ele como norte. Em diferentes épocas, o sentido da existência variou. Para muitos, já foi apenas “sobreviver”, mas a necessidade de encontrar significado sempre esteve presente.
Desde jovens, buscamos sentir que contribuímos para algo maior, que seguimos por um caminho coerente com quem somos. Com o passar dos anos, essa reflexão se intensifica. Afinal, à medida que o tempo avança, cresce a vontade de garantir que pensamentos, ações e sentimentos estejam alinhados com nossa essência.
Para muitos, o propósito esteve ligado à construção de patrimônio, à criação da família ou ao desenvolvimento profissional. Quando essas etapas se completam, com a aposentadoria, a saída dos filhos de casa e a diminuição das obrigações, abre-se um espaço que pode ser desafiador, mas também libertador. É nesse momento que surgem as oportunidades de redescobrir novos sentidos para a vida.
O livro Propósito de Vida da Pessoa Idosa, de Cláudia Marques, aborda justamente esse momento de transição. A autora apresenta reflexões sobre longevidade saudável e o papel ativo da pessoa idosa na sociedade, mostrando como novos interesses, paixões e formas de contribuição podem transformar essa fase em um período de renascimento.
Pesquisas confirmam a importância de manter um propósito claro. Um estudo de Patricia Boyle, neuropsicóloga do Rush Alzheimer’s Disease Center, em Chicago, indica que idosos com forte senso de propósito têm até 30% menos risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. Já o National Institute on Aging (NIA) identificou que pessoas engajadas e motivadas apresentam menor propensão a doenças cardiovasculares, níveis mais baixos de inflamação e maior qualidade de vida.
Essas evidências reforçam a mensagem de Cláudia: envelhecer não é apenas lidar com perdas, mas também realinhar-se com novos ou esquecidos propósitos. Mais que cuidar do corpo, viver com qualidade exige manter o espírito alimentado por metas e razões para seguir em frente. E, para a sociedade, significa valorizar o papel ativo do idoso na construção de comunidades mais equilibradas e inclusivas.
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1 respostas em "O poder de ter um propósito após os 60"
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